Adolescência. A aventura de SER.
A adolescência é uma fase importante na vida do ser humano. Se não, a mais importante. A aventura de SER. O corpo muda. A voz fica com outro timbre, sobe-se na altura, encolhe-se nas medidas, voa-se nos sonhos de SER.
A sombra toma outra forma. A genitalidade e a sexualidade mudam o mundo, o seu mundo. É preciso saber. É preciso lidar. As mudanças cognitivas possibilitam um avanço na compreensão e na profundidade, na percepção e no sentimento, no mundo e nas relações. A psique engrandece, em sensações e emoções. Os primeiros passos para aquilo que é o ‘ Eu’ definitivo são dados.
O adolescente vive no mundo das representações, sozinho, sem aquelas que são as emprestadas das figuras que em amor, dele cuidaram, durante a infância. Os pais, é bom tê-los por perto, caso, os passos sejam maiores que as pernas, no entanto, distância requer-se, necessita-se para que se possa ir.
Questiona. Reivindica. Interroga-se. Fecha-se. No mundo dos pensamentos, dos sonhos, dos futuros, sente-se, pensa-se, representa-se. Na imensidão, sem muitas vezes o saber, os caminhos distorcem, para cá, para lá, ramificam, e por vezes, os problemas surgem, temporários, passageiros, de meses, de anos, impregnados a tantas áreas da vida que não parecem desgrudar. Na gritaria que grita mais alto, nos comportamentos auto-lesivos, nos desafios que testam limites à própria vida, no isolamento e na solidão, no afastamento aos outros, aos de ‘dentro’ e também aos de ‘fora’., no desempenho escolar que vai além daquilo que é ‘um ano de transição’, ‘ difícil’, ‘ com mais disciplinas’ ou ‘porque é uma escola nova’.
A adolescência pode parecer uma perturbação quando não o é mas também pode ser quando não parece. Quando os primeiros sinais surgem, por vezes, o problema já é grande, tem história e um sofrimento que também pode não ser novo. É preciso deixar o tempo passar, atento, suficientemente perto mas sem afogar nem sufocar a transformação de uma criança num adulto, apenas amparando quando a ajuda é solicitada. Há sinais naturais de revolta, de ruptura mas também de transgressão e disrupção intensas.
A preocupação pode ultrapassar os limites daquilo que se pode considerar ‘normal, habitual’.
Áreas importantes a questionar:
- Desempenho Escolar?
- Alimentação?
- Sexualidade?
- Problemas comportamentais ou agressividade?
- Núcleo familiar?
- Isolamento, tristeza, depressão?
- Integração Social?
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