Ataques de Pânico. O que fazer?
Os ataques de pânico podem ser traduzidos como um perigo eminente. Envolto no mistério da sua razão, podem controlar totalmente a vida de uma pessoa, pelo receio dos súbitos ataques e pelo sofrimento que provocam. Deixamos algumas sugestões para que possa conviver, de forma, mais segura com os ataques de pânico.
Qualquer pessoa, em algum dia da sua vida, experimentou as sensações semelhantes a um ataque de pânico. Estar numa apresentação e ‘bloquear’, fazer um exame vital para não ficar retido, ouvir ou sentir um ruído estranho à noite, tropeçar perante um buraco grande, receber aquele telefonema crucial, e outras tantas situações que provocam um aperto no peito e uma respiração ofegante antes mesmo de acontecerem.
A ansiedade é uma reação corporal que é desencadeada perante um acontecimento que está prestes a começar e que pode colocar em perigo a existência da pessoa. Aquilo que acontece é que a mente percepciona um conjunto de estímulos e antes que a sua capacidade de contenção seja inundada, engolfada, nos significados apreendidos, o Sistema Nervoso Autónomo, envia sinais de alerta ao corpo que tem que reagir, pela fuga.
Os sintomas mais frequentes dos ataques de pânico são:
- Dificuldade em respirar, quer por hiperventilação, sensação de obstrução ou hipoventilação
- Vertigens, sensação de desmaio, dores no pescoço e nos músculos
- Palpitações, sensação de aperto ou taquicardia
- Sudação excessiva
- Náuseas, dores de estômago
- Sensação de formigueiro ou adormecimento dos membros
- Ruborização e calafrios ou sensação de frio
- Medos catastróficos inexplicáveis semelhantes ao medo de morrer, de abismo, de ficar louco ou de perder o controlo
- Em qualquer destas situações o sofrimento psicológico é intenso e o sofrimento físico também.
O que distingue um ataque pânico é o desconforto extremo e o temor intenso que pode durar aproximadamente cerca de 5 a 10 minutos, sempre a aumentar até a pessoa perceber que terá que se acalmar, quando já lhe é muito difícil chegar lá rapidamente. Quando ocorre um ataque de pânico, uma pessoa tem tendência a respirar muito depressa – hiperventilação. Quando entra demasiado oxigénio no corpo, este terá tendência a reagir através de sensações tais como aquelas que já mencionamos: formigueiro, tremores, tonturas, sensação de desmaio, o que intensifica mais o ataque de pânico.
Quando ocorre a hiperventilação, é necessário quebrar-lhe o ritmo. Existem duas formas:
- RESPIRAR PARA UM SACO DE PAPEL: Ponha o saco, bem seguro, sobre o nariz e a boca e expire dentro do saco por uns segundos. O saco enche-se assim de dióxido de carbono. Re-inspirar este ar restaura bastante depressa o balanço de oxigénio/dióxido de carbono, e as sensações desagradáveis desaparecem.
- MUDAR A SUA RESPIRAÇÃO: Desacelere a sua respiração. Tente inspirar devagar e suavemente e expire igualmente devagar. Respire com o seu diafragma – o músculo imediato abaixo do tórax:
(a) Primeiro esvazie os pulmões, depois inspire suavemente através do nariz contando devagar até 4, deixando a barriga expandir-se.
(b) Depois, expire, também suavemente contando devagar até 6. Tente respirar entre 8 e 12 inalações por minuto estabelecendo um ritmo confortável. No início pode sentir que não tem ar suficiente, mas é importante resistir à vontade de inspirar ar rapidamente. Tente também não respirar com a parte superior do peito. Assim é possível restaurar o equilíbrio de oxigénio/dióxido de carbono no seu corpo, e as sensações desagradáveis desaparecerão.
Os ataques de pânico são, infelizmente, muito recorrentes e muito perturbadores, e poderão ocorrer em qualquer época da vida. É preferível serem analisados e tratados por um técnico em psicologia clínica, uma vez que o controlo da respiração pode auxiliar a lidar com os mesmos, contudo, podem não desaparecer por completo.
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