Auto-Mutilação
A Auto-mutilação pode ser considerada ‘moda’ que anda de grupo em grupo, de amiga em amiga, de grupo para amiga. Parece ser uma prática comum entre os jovens adolescentes hoje em dia. Quando não parece existir, na voz de quem cuida, motivo de alarme ou ansiedade para tal, os jovens fazem pequenos ou grandes cortes nos braços, nos pulsos ou nas pernas, afirmando ser forma de alívio a um luto de alguém importante, porque estava nervoso/a, porque queria experimentar, porque queria sentir-se, porque só assim sentia paz ou silêncio ou porque queria morrer mas não teve coragem. As razões são muitas, tantas, como aquelas que implicam a idiossincrasia do jovem, da adolescência. Todos iguais mas todos diferentes, únicos e singulares.
As auto-mutilações são auto-agressões. Pequenos arranhões ou cortes fundos, delimitam o corpo, em especial o psíquico, perante uma frustração a qual não é contida. Pela amiga com a qual se identifica, a qual mimetiza nas ações, nos tons, nas cores, em especial, as emocionais, aquelas que um dia serão, na transformação, também suas. Pela circunstância, pela juventude que não contem, que não delineia que não se vê como inteira/o, num golpe sobre si que desloca num golpe numa parte de si, significa e simboliza no acto, a agressão que sofre na alma. O choro que tem lágrima vermelha, de dentro, que escorre igual e traduz a aflição, o queixume que não saiu de outra forma.
É angustiante para quem ama, para quem viu crescer, para quem sonha com o futuro da/o jovem. Alarmante e de grande desorientação pela experiência dolorosa, pelo perigo sobre a vida, sobre as convicções que não se apreenderam, pelas escolhas afetivas, pela fragilidade que parece ter passado despercebida. Sentimentos de culpa, de frustração acompanham a descoberta.
Devemos manter a calma, não agir em confusão, a quente ou ofendidos pela questão: o que fiz de mal? É um perigo. É. Devemos adoptar uma postura de disponibilidade e de escuta, mesmo que a questão, o assunto, a razão, pareçam paralelas, sem nada a ver. Pedir para parar poderá ser apenas o mesmo que nada, retirar objetos cortantes de casa poderá também não surtir efeito embora que possa acalmar. Dar-lhe espaço mas estar próximo, estar lá quando é procurada/o. Procurar ajuda e/ou orientação é muito importante.
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