Mudança
Falar de mudança é falar em novo. Para mudar é preciso tempo. Tempo para avançar, alterar e depois aceitar e integrar o que mudou. Não existem fórmulas certas ou caminhos correctos para efetuar uma mudança na nossa maneira de estar. Estas vêm no seu tempo próprio que é sempre aquele no qual estamos preparados para a acolher, ou então não se muda. Falar de mudança é falar de sofrimento também. Não há mudança sem sofrimento, pois aquilo que existe não voltará mais. Para uma mudança psicológica, social ou física, é necessário tomar consciência de que se pretende mudar, é necessário desejar mudar, sonhar mudar, ansiar mudar. Querer mudar não é suficiente se a mudança não é desejada e/ou fantasiada. É preciso prender a atenção, fazer um foco e integrá-lo como objetivo. As mudanças que surgem naturalmente são aquelas que melhor são recebidas e incluídas. Tomar notas também poderá reforçar e operacionalizar a nossa intenção de mudança.Alargam o sonho. Dispõem bem.
Ter pleno conhecimento das diferentes etapas e esforços que se vão fazer também é benéfico. Torna realístico e factual. E é muito importante pensar como a vida vai ser depois da mudança. O que é que se tem a esquecer e quanto queremos nós perder ou substituir. Queremos nos sentir bem mas a que custo? Será alcançável? A mudança tem o lado bom, o do desejo mas também tem a perda, a substituição.
Para mudar devemos estar exautos, ‘cheios’, para dizermos ‘basta’ àquilo que queremos alterar na nossa vida. Não precisamos ficar desesperados, porque contemos e apaziguamos, mas devemos estar fartos. Depois de mudar, devemos usufruir da vitória. Mais confiantes ficamos, mais ‘poderosos’ no auto-controlo. Mas não nos devemos enganar, a mudança também pressupõe um caminho de consolidação. A mudança tem silêncios.
Após a confirmação daquilo que se conquista, o silêncio emerge. E agora? É a pergunta mais comum. Agora, dizemos nós, usufruímos da conquista, apreciamos melhor, saboreamos melhor, agora aguarda-se em confiança por outra mudança.
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